“A armadilha nunca foi a droga. A armadilha era a escolha.” — Anotação de R.
[Flashback de Guilherme — Quarto na Casa dos Jasmins]
Fiquei imóvel.
“Sai. Sai agora. Antes que seja tarde demais.” O pensamento martelava, mas meus pés não obedeciam. Era como se o chão tivesse virado cola, como se o ar ao redor tivesse engrossado, prendendo cada músculo no lugar.
O tempo se esticou. Um segundo. Dois. Uma eternidade comprimida em batimentos cardíacos descompassados.
“Ela está te testando. Está te manipulando. Você sabe disso. Você sempre soube.”
Mas saber não era suficiente para fazer minhas pernas se moverem.
Então, num rompante — mais reflexo do que decisão consciente — meu corpo reagiu. Avancei até a porta. Mão na maçaneta. Fria. Real. Salvação a um giro de pulso de distância.
“Vai. Sai. Chama alguém. Conta o que ela está planejando. Salva ela de si mesma.”
Mas minha mão tremeu. Levemente. Quase imperceptível.
Exceto que eu sentia. Sentia cada nervo em alerta máximo, cada fibra muscular c