“Transformei meu corpo em arma.
Não contra mim.
Contra quem quis me desarmar da alma.” — (Anotação de R.)
Trilha sonora: 🎵 "O Que Será (À Flor da Pele)" — Chico Buarque
(Ouça enquanto lê — a sensualidade contida, tensão e culpa. Transmite o conflito entre o desejo e o interdito, entre o corpo e a consciência.)
[...]
Com uma firmeza que eu não sentia de verdade, minha voz cortou o silêncio, disfarçando o tremor sob um verniz de controle:
— Você está bem?
A pergunta soou tola, quase cruel. Claro que ele não estava. O ar parecia pesado demais para qualquer resposta sincera.
Me levantei da cama, me aproximando devagar.
Toquei levemente a mão dele — a que não estava mais na maçaneta, mas fechada em punho tenso ao lado do corpo. O simples contato fez algo mudar no ar entre nós. Como se um circuito elétrico tivesse se completado.
Guilherme puxou a mão.
— Acho que tinha algo naquele vinho. Foi você?
Respondi com honestidade brutal:
― Sim. Algo que vai fazer você parar de resistir.
Os olho