“O preço do silêncio nem sempre se mede em ouro.
Às vezes, é pago com pedaços da alma.”
— Epígrafe original
A casa era simples, com paredes de tijolos à vista, o telhado de zinco que rangia com o vento e os poucos móveis, já bastante gastos pelo tempo, formando um cenário de humildade.
Mas, naquela simplicidade pura, havia algo raro: segurança. Um refúgio feito de coragem e amor silencioso.
Entre o silêncio da mata e o canto distante dos passarinhos, três pequenos anjos dormiam — não em berços de luxo, mas em mantas limpas e braços que tremiam, não de medo, mas de responsabilidade.
Renata — ou simplesmente "R." como assinava para proteger sua identidade — era uma pessoa comum aos olhos do mundo. Mas, ali, dentro dessas paredes frágeis, ela se tornava alguém extraordinária. Uma mulher que poderia ter ficado calada, seguido sua vida normalmente, fingido que não viu nada.
Mas escolheu não ser cúmplice do abandono.
Optou por resistir. Cada mamadeira com leite doado pela vizinha parteira e