“Cada gesto meu te alcança. E te envolve. De certo modo. Te liberta e te devolve”
(Marisa Monte, Infinito Particular)
Enzo deu um passo hesitante em sua direção, talvez buscando algo que nem ele sabia nomear —redenção, compreensão ou controle, quem sabe.
Mas Dayse, determinada a não ser derrotada, o afastou com toda a força que ainda pulsava em suas veias.
A firmeza em suas palavras era um escudo, uma barreira para proteger o que restava de si. Por um instante, o silêncio entre eles pesou mais do que qualquer palavra, um grito mudo que reverberava pelo ambiente.
Não era apenas uma negativa ou um sinal de exaustão; era uma declaração, uma decisão meticulosamente arquitetada.
Dayse não recuaria. Não mais.
O tempo de concessões havia ficado para trás.
Mesmo com os braços vazios, carregava dentro de si o peso e a força de todos os quatro.
Ele parou, atônito, encarando-a como se estivesse diante de uma estranha... Quantas faces tinha essa mulher?
O que Enzo não sabia era que, diant