Katherine Salles sempre acreditou no amor , até que um dia tudo isso caí por terra. Quando ela estava em uma social na casa da sua melhor amiga, a mesma recebeu uma mensagem do seu chefe pedindo que ela resolvesse urgentemente um trabalho . Katherine pede o notebook emprestado da sua amiga e ali ela encontra fotos comprometedoras dela com o seu noivo . Sem acreditar Katherine arruma um barraco com ela , e então decide terminar o noivado com seu noivo, deixando seus pais insatisfeitos, em decorrência disso Katherine decide sair de casa decidida a passar a noite em um hotel, quando dá de cara com o seu chefe , o tão temido e arrogante Ethan Lancaster . O homem que era capaz de deixá-la irritada somente em olhá-lo , por mais que fosse bonito e irresistivelmente atraente , ele era o verdadeiro karma de Katherine , ela o detestava . Mas o mundo o adorava somente porque ele era o CEO bilionário com o rei na barriga. Katherine jamais imaginou que o seu chefe pudesse lhe fazer uma oferta tão tentadora quanto lhe propor um casamento por contrato, lhe pegando totalmente de surpresa. Um contrato que traria benefícios para ambos . Katherine precisava de dinheiro para pagar as dívidas da empresa da sua família . E Ethan não queria se casar com as mulheres impostas por seu avô. Ele era um homem frio, não acreditava em amor . Achava que todas as mulheres só se aproximavam dele por conta do seu dinheiro. Katherine havia sido magoada e para ela o amor não passava de uma ilusão. O que será que o destino tinha reservado para duas pessoas que se detestavam , mas que tudo isso poderia mudar da noite para o dia ?
Leer másCAPÍTULO 001
Logo após o expediente aceitei o convite de Letícia , uma das minhas melhores amigas para curtir na sua casa , era uma social que ela daria para os amigos colocar o papo em dia e beber até não aguentar mais em uma sexta à noite, e para ser sincera era justamente tudo o que eu precisava para desacelerar a minha mente entorpecida pelo tirano do meu chefe. Ele , literalmente era um maníaco por controle e trabalho , sem deixar de lado o modo arrogante com que tratava as pessoas. Fala sério! o cara se achava o último biscoito do pacote e tudo bem , ele podia se achar mesmo já que era bilionário e possuía uma beleza fora do normal que deixava qualquer um de boca aberta . O que estragava, todo esse fenômeno ''incomum'' era sua hostilidade e frieza. O cara realmente possuía uma skin lendária, arrasadora de corações . E claro que eu não estava inclusa nesse pacote , tudo o que eu sentia por Ethan Lancaster não passava de antipatia , só de pensar nele já me deixava à beira de um colapso nervoso - entretanto não era hora de ficar pensando no workaholic do meu chefe , mas sim, de me permitir curtir tudo o que eu tenho direito. Iria beber para esquecer dos meus problemas. Uma vez em que eu balançava meu corpo envolvida na batida da música , levando a latinha de cerveja à minha boca entrando no clima da festa de Letícia. Precisava relaxar, um ser humano normal também precisava descansar após trabalhar por horas a fio. A música alta fazia o chão vibrar . Luzes coloridas dançavam pelo teto da sala ampla, refletindo nos copos e nas taças meio cheias . Risadas e conversas se misturavam ao som grave do Dj. Eu tentava sorrir e entrar no clima , mas minha cabeça já se encontrava a quilômetros dali. Meu celular vibrou no bolso da bolsa, insistentemente. Quando peguei, o nome no visor fez meu estômago apertar. Chefe: “Preciso que finalize aquele documento agora. É urgente.” E por falar no demo... Suspirei, fechando os olhos por um segundo. A medida em que respirei fundo tentando não me irritar , já falhando miseravelmente. Trabalhar no meio de uma festa, claro… era só o que me faltava. Aproximei-me de Letícia, que conversava com dois amigos no canto da cozinha, segurando uma taça de espumante. — Amiga, me empresta seu notebook? É coisa rápida e corriqueiro de trabalho. — Claro, tá ali no balcão — disse ela, sorrindo, com aquele jeito caloroso de sempre. — Já tá conectado no wi-fi. Peguei o computador aberto. A tela estava com uma pasta minimizada no canto. Não dei muita importância, mas, ao abrir o Word para começar, meu olhar foi puxado por uma miniatura de imagem dentro da pasta. A curiosidade me banhou , não é claro como se eu gostasse de ficar fuçando as coisas dos outros , ainda mais da minha melhor amiga . Porém a curiosidade falou mais alto, um instinto impulsivo fez com que eu agisse quase que no piloto automático. Meu coração acelerou por estar mexendo no que não era da minha conta. Cliquei, como se minhas mãos não me obedecessem. A foto abriu em tela cheia. Era meu noivo , beijando Letícia. Uma sequência de imagens mostrava mais do que beijos. Mostrava intimidade, fotos com todas as posições mais sórdidas possível . O ar sumiu dos meus pulmões. Meu peito queimava, mas minhas mãos tremiam de nervoso. O som da festa virou um zumbido distante. Eu encarava a tela como se estivesse encarando o próprio abismo. Fechei o notebook com força, quase derrubando um copo ao lado. Levantei-me, com a visão turva levando a latinha de cerveja comigo, sem conseguir ainda acreditar que eles dois haviam me traído dessa maneira. Letícia percebeu assim que me aproximei dela — Já conseguiu? — perguntou com o rosto tomado por expectativa. Lhe olhei com calma, enquanto pegava fogo por dentro. Meus olhos encontraram os dela. A máscara de amiga perfeita começou a rachar, porque ela sabia. Ela viu que eu sabia. — Não — minha voz saiu firme, tão cortante como uma navalha — Mas eu já vi o suficiente. Então dominada pela fúria, joguei o restante do conteúdo da latinha que segurava em minhas mãos na sua cara , lhe pegando totalmente desprevenida. - Sua vadia! Os olhos dela se arregalaram ,os lábios tremeram. Enquanto as pessoas que estavam em sua festa olhavam a cena horrorizados , começando o burburinho. Ela tentou abrir a boca, mas não disse nada. Não precisava. Eu já tinha todas as respostas. Saí da casa pisando duro, ignorando o chamado distante de Letícia atrás de mim. O vento frio da noite era um contraste como de fato me sentia internamente , o ódio por ter sido traída me dilacerava. Por sorte passava um táxi e então acenei para que parasse, uma vez em que caí para dentro limpando com mãos trêmulas as malditas lágrimas que desciam pelo meu rosto. Chorava de frustração e raiva! Por ter confiado nos dois e ter sido apunhalada dessa maneira. Não iria direto para casa ainda , precisava extravasar todo o ódio que estava sentindo . Não deixaria barato , não mesmo! . Antes lavaria a minha alma , nem que para isso perdesse o meu réu primário! Fui direto para a casa de Daniel. Impaciente chamei na campainha por repetidas vezes sem pausa . Tão logo ele apareceu na porta provavelmente recém saído do banho , já que estava com os cabelos molhados e uma toalha em volta da cintura. -Katherine? O que faz aqui? - Fingi um sorriso e me aproximei fingindo que lhe beijaria ,em um movimento rápido dei uma ajoelhada no seu saco escrotal. Uma vez em que Daniel ficou vermelho ficando sem ar , curvando seu corpo para segurar nos seus países baixos soltando um palavrão com voz esganiçada. -Achou que eu seria tola o suficiente para que deixasse passar sua traição com aquela vadia da Letícia?- De vermelho ele ficou pálido, tentando corrigir sua postura por conta da dor que sentia. -Kat...não sei o que ela falou , mas é tudo mentira. - Um sorriso de escárnio se estampou em minha boca. -Vai pro inferno você e ela . Esse noivado de merda está acabado!. – Retirei o anel do meu dedo anelar e o joguei na sua cara , me virando nos meus calcanhares com meu rosto erguido por mais que estivesse me sentindo destroçada. Assim que cheguei em casa , abri a porta com tanta força que a mesma bateu forte. Meus pais estavam na sala, vendo TV. Minha mãe se levantou, assustada. — Filha, o que foi? — O casamento acabou. — A frase saiu seca, sem margem para dúvidas. — Ele me traiu. Com a Letícia. Meu pai se endireitou no sofá, franzindo o cenho. — Você vai perdoar. Pisquei, atônita. — Como é? — Ele é de uma família influente. Pode ajudar muito nos negócios. E já anunciamos o casamento para todos — completou minha mãe, cruzando os braços. — Cancelar agora seria uma vergonha. A bile queimava minha garganta. - Eu não vou casar com um traidor. Meu pai respirou fundo, com o olhar ficando mais duro. - Então nem precisa voltar para esta casa. Foi como levar um soco na boca do estômago. Por alguns segundos, só consegui encarar os dois, esperando que alguém risse e dissesse que era exagero que tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto. Mas isso não aconteceu. Subi para o quarto sem mais dizer uma só palavra que fosse, enfiei algumas roupas na mala e saí sem olhar para trás. O táxi avançava pela cidade encharcada. As luzes refletidas na pista pareciam borrões coloridos no vidro molhado. Meu rosto estava quente, as lágrimas teimavam em cair. Meu celular vibrou de novo. Chefe: “E o documento?” Limpei o rosto com o dorso da mão e digitei “Estou doente. Não posso trabalhar hoje. E vou precisar me ausentar na próxima semana.” Desliguei o aparelho antes de ler a resposta, não tinha ânimo para mais nada agora. Me sentia sem energia e completamente devastada. Não sabia se doía mais a traição do meu noivo com a minha melhor amiga ou de meus pais, que ao invés de me entenderem e me acolherem quando mais precisei , optou por me expulsar de casa. Desci do táxi puxando minha mala de rodinha. Uma vez em que encarei o enorme prédio à minha frente, limpando meus olhos com o dorso da mão , muito provavelmente estão vermelho como se eu tivesse acabado de fumar um baseado. Assim que atravessei pelas portas, o saguão do hotel estava silencioso, iluminado por luzes amareladas. Arrastei minha mala até o balcão da recepção enquanto tateava os bolsos da jaqueta. Nada. Revirei minha bolsa. Nada. Droga! Minha identidade, provavelmente tinha ficado em casa. Suspirei, tentando pensar no que fazer. Não acreditando que o universo havia resolvido conspirar contra mim logo hoje. Dei um passo para trás e esbarrei em alguém. O choque fez minha mala tombar para o lado. — Descul… — comecei, mas parei ao erguer a cabeça. O constrangimento me banhou do alto da cabeça até a planta dos pés. Ele estava ali. Meu chefe. Camisa social preta, mangas dobradas até o antebraço, gravata frouxa. O cabelo, levemente bagunçado, dava um ar menos formal do que no escritório. Mas o olhar… o olhar era o mesmo, intenso e atento, como se ele pudesse atravessar a minha pele e ver tudo que eu tentava esconder. — O que faz aqui? — Ele arqueou a sobrancelha de modo julgador. — Não disse que estava doente e que não podia trabalhar hoje? e muito menos na próxima semana? A vergonha subiu pelo meu rosto como fogo. O constrangimento foi tão grande que me vi engolindo em seco , minha cognição para respostas rápidas na ponta da língua quase me deixou na mão. — Eu… é…-definitivamente não sabia onde esconder a minha cara , de tanta vergonha que sentia-Aconteceram alguns problemas pessoais e eu precisava dar um tempo de tudo, somente por isso disse aquilo . - Umedeci meus lábios , enquanto ele me encarava de volta com as sobrancelhas arqueadas- E pra completar o caos acabei esquecendo minha identidade. — A voz falhou enquanto pigarreei tentando recuperar o que sobrou da minha dignidade. — Não consigo fazer o check-in. Ele me estudou por um segundo. O silêncio dele me deixou ainda mais inquieta e envergonhada . Pelo olhar do meu chefe , deveria estar julgando até a minha alma. — Venha comigo. — O quê? Não precisa… — tentei protestar, mas ele já segurava minha mala. — Vamos resolver isso — disse, e começou a andar em direção a um corredor lateral, sem esperar que eu o acompanhasse. Segui, ainda tentando processar tudo. As solas dos meus sapatos faziam um som abafado no carpete, uma vez em que o acompanhava.CAPÍTULO 00115A porta se fechou atrás de Joseph e dos médicos, deixando o quarto em silêncio outra vez. Eu encostei a cabeça no travesseiro, puxando o ar devagar. O cheiro do hospital me enjoava aquele misto de desinfetante com alguma coisa metálica. Eu odiava hospitais. Odiava a lembrança de ser vulnerável. E, pior ainda, odiava ter alguém me vendo assim.Minutos se arrastaram, longos, pesados. Eu fechava os olhos e a imagem da boate voltava. Katherine de macacão justo, o olhar dela atravessando a multidão e me atingindo em cheio. Eu me mexi desconfortável na cama, rangendo os dentes. Só de pensar já sentia a raiva subindo, junto com algo que eu não queria admitir nem para mim mesmo - medo. Eu quase tinha morrido. E, de algum modo, ligava isso a ela, aos sentimentos que estavam me consumindo.O clique da maçaneta me tirou das lembranças. A porta abriu e, de repente, vozes familiares preencheram o quarto.— Olha só quem resolveu voltar dos mortos! — a voz debochada de Victor ecoou pr
CAPÍTULO 00114O corredor do hospital já havia se tornado praticamente a minha morada adicionada a ansiedade. Eu já havia decorado cada detalhe do ambiente - o tom bege das paredes, os passos apressados das enfermeiras, o som constante dos monitores cardíacos. Fazia dias que eu estava ali, entrando e saindo do quarto de Ethan, vigiando cada mínima mudança em seu corpo desacordado. Eu não me lembrava de quando tinha dormido pela última vez. Meu rosto estava cansado, meus olhos ardiam, mas eu não conseguia me afastar dele. Cada respiração dele era um lembrete de que ainda estava vivo, significando que ainda tinha esperança a cada segundo daquele estado era um tormento a mais na conta. Joseph também passava muito tempo no hospital. Firme e inabalável, embora eu percebesse que por trás do semblante controlado existia preocupação. Ele cuidava para que nada do que acontecesse ali saísse das paredes do quarto. Do lado de fora, a imprensa estava aglomerada. Repórteres, câmeras, flashes, tod
CAPÍTULO 00113A primeira coisa que senti foi o peso. Não apenas o peso do corpo contra o colchão, mas um peso que parecia atravessar ossos, músculos e consciência. A dor vinha em ondas meu braço latejava dentro da faixa enfaixada, e quando tentei me mover um pouco, uma pontada cortante atravessou minhas costelas, me forçando a soltar um gemido abafado. O bip insistente das máquinas ao meu lado me lembrava que eu ainda estava vivo, embora por dentro parecesse tudo quebrado. Minhas pálpebras se ergueram com dificuldade, como se eu tivesse areia nos olhos. A claridade branca do quarto de hospital me cegou por alguns segundos até que meus sentidos começassem a se adaptar. A mente estava enevoada, confusa. Eu tentava agarrar os fragmentos de memória, mas eles escorriam entre os dedos como água. Me lembrava vagamente das coisas que aconteceram na boate , entre risadas, a música alta. Vlad e Victor me dizendo para parar de beber - Katherine me dizendo que o nosso casamento não era real .
CAPÍTULO 00112O tempo parecia não passar. As paredes brancas do hospital me sufocavam, cada segundo martelando em meus ouvidos como se fosse um castigo. Eu olhava para o relógio a cada minuto, mas os ponteiros não se moviam. Ou talvez fosse eu que estivesse presa em algum tipo de tormento onde tudo parecia lento demais. Eu não conseguia parar de me perguntar: “E se ele não acordar?” Aquela pergunta me devorava por dentro. Cassie ainda estava segurando minha mão, às vezes me apertando de leve, como se dissesse em silêncio que estava comigo. Luísa estava segurando na minha outra mão enquanto me envolvia pelos ombros em um abraço reconfortante, talvez assim eu parasse de sentir tanto frio e medo. Do outro lado da sala, Joseph estava sentado, com seus olhos fixos em algum ponto vazio, as mãos apoiadas na bengala com tanta força que eu temia que ela se partisse. Adam em determinado momento se sentou apoiando com os cotovelos em suas coxas reflexivo. Helena estava ao lado dele, tentan
CAPÍTULO 00111A porta do quarto bateu atrás de mim, abafando o som distante da televisão ligada na sala. Eu não tinha forças para descer, nem para responder às perguntas insistentes de minha mãe. Queria apenas me afundar entre as cobertas e desaparecer. Me joguei na cama de roupa mesmo, ignorando o salto alto que ainda apertava meus pés. As lágrimas que eu vinha segurando desde a boate finalmente escorreram, quentes, queimando minhas bochechas. Por que eu tinha ido até lá? Por que minhas amigas tinham me convencido de que seria uma boa ideia? Talvez porque, no fundo, eu ainda esperava um gesto dele. Uma palavra. Um olhar que provasse que tudo aquilo não estava perdido. Mas o que encontrei foi Ethan cercado de pessoas, como se eu não fosse nada e o pior por mulheres com quem já foi para cama . Segundo minhas amigas uma delas era Isabelle e eu também conheci o rosto dela , lembrei do dia que vi fotos dos dois juntos em seu notebook e ele ficou uma fera comigo por ter ido bisbilhotar
CAPÍTULO 00110O choque de topar com Katherine tão de perto me fez prender a respiração. Ela estava mais linda do que eu suportava admitir, mas a expressão dela me atravessou como um soco no estômago. Não havia doçura, não havia carinho — só uma mistura de dor e frieza. — Onde você vai? — perguntei, interceptando sua saída e segurando de leve o braço dela. Ela puxou de volta imediatamente, como se meu toque lhe queimasse. Engoliu em seco antes de responder — Vou embora. Não vou mais atrapalhar você com os seus… casinhos. Senti o sangue ferver. — Que porra é essa, Katherine? — Eu não preciso disso. — A voz dela estava firme, mas os olhos brilhavam de lágrimas. — Se você quiser desfazer esse casamento, tudo bem. Eu não vou me humilhar mais, muito menos na frente de todo mundo. — Não é o que você pensa… — tentei explicar, mas fui interrompido. — Você não me deve explicações. — Ela ergueu o queixo. — Afinal de contas, nós não somos nada de verdade. É tudo fictício, lembra? Aquelas
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