“Os olhares que não dizemos em voz alta são os mais perigosos de serem interpretados.” — (Anotação de R.)
(...) Já tinha passado mais de uma semana sem qualquer sinal de Alexandre. O silêncio dele, tão ensurdecedor quanto revelador, me obrigou a agir. Não podia mais me permitir ser refém de alguém que surgia e desaparecia ao sabor de seus próprios caprichos. Era hora de assumir o controle.
A “Casa dos Jasmins” seria meu ponto de partida. “Aurélia” ficaria em suspenso, aguardando o momento em que ele resolvesse, finalmente, sair das sombras. Havia algo que conectava essas duas entidades, um vínculo sutil, quase imperceptível, mas que pulsava como um segredo à espera de ser desvendado.
Por onde começar? O elo parecia tão frágil quanto uma teia de aranha.
E, no fundo, eu sabia que o verdadeiro desafio não era o que eu encontraria ao puxar o fio, mas o que eu descobriria sobre mim mesma ao longo do caminho.
A manhã pulsava com a tensão silenciosa de um xadrez estratégico.
A Casa dos Jasmi