No dia seguinte, véspera da viagem, ela se arrumou com uma simplicidade que transbordava significado, com atenção aos detalhes. Não era um dia comum; era o último antes da partida de Enzo. O mundo ao seu redor parecia suspenso, como se o tempo hesitasse em avançar, respeitando a gravidade daquele momento.
Ela aguardou com uma ansiedade contida que ele chegasse, como de costume. Quando Enzo finalmente entrou no quarto, algo em seu olhar havia mudado — um cansaço disfarçado, talvez uma hesitação que nunca estivera ali antes, carregando o peso de inúmeras noites insones e pensamentos não ditos.
Era a última noite que passariam juntos antes da viagem. Enzo a beijou com a mesma intensidade da noite anterior, mas desta vez, não era apenas desejo que o movia. Havia algo mais profundo —algo que ele não nomeou e que ela não ousou interpretar.
Seus toques percorriam a pele dela com uma febril urgência, como se cada carícia fosse uma despedida, como se estivesse tentando gravar na memória cada d