Preocupada com os efeitos colaterais da intensa estimulação ovariana à qual Dayse vinha sendo submetida, a equipe médica — em um equilíbrio quase cruel entre zelo clínico e obediência cega às exigências de Lourenço Bellucci — decidiu intensificar o tratamento.
O tempo corria, implacável. Com o período fértil se aproximando, não havia mais espaço para hesitações. A decisão veio firme, definitiva: os encontros com Enzo seriam diários. Antes, durante e depois da janela fértil. O objetivo era claro. A fecundação precisava acontecer — ou alguém pagaria o preço.
Quando recebeu a notícia, Dayse sentiu o chão se deslocar sob seus pés. Uma sentença, não um conselho. Uma ordem travestida de protocolo médico.
— “Todas as noites? Ele... vai estar aqui todas as noites?”
A pergunta escapou em um fio de voz, quase sem intenção, como se falasse consigo mesma.
Ela sabia que era apenas parte do processo, parte do plano meticulosamente traçado para transformá-la em mãe de um herdeiro. Mas havia mais. Se