Chego em casa parecendo que fui atropelada por um trator. Vim arrastando o restante do caminho pensando em uma solução. Tinha minhas economias mas elas aguentariam pouco tempo comigo desempregada nos EUA, além do que, e se minha mãe precisassem de algum dinheiro nesse meio tempo?
Eu estava me desesperando… - Meu Deus! Você está horrível! - Dalila me olha com uma cara divertida como se estivesse com nojo. Começo a chorar e ela vem correndo ao meu encontro e me dá um abraço. - Amiga, o que houve pra te deixar assim? - sua expressão muda para uma real preocupação. Ela me leva devagar ao sofá enquanto conto pra ela toda a situação. Conheci Dalila a uns 3 anos numa das casa em que trabalhei como babá. Ela trabalhava na limpeza mas levava zero jeito pra aquilo. Um dia nosso patrão a pegou dançando pra mim enquanto riamos na cozinha em um momento de descanso. Eu tenho pra mim que ele tem os quatro pneus arriados por ela porque ele ficou, simplesmente, paralisado olhando ela dançar até que ela percebesse minha cara de pânico e olhasse para trás. O senhor Jonh estava congelado a analisando de cima em baixo. A safada, ao invés de ficar tímida, jogou um sorriso malicioso pra ele e voltou ao trabalho como se nada tivesse acontecido. Ele é pai de duas meninas lindas, gêmeas de 5 anos, viúvo a mais ou menos uns 4 anos. Ele quase nunca estava em casa e por isso estávamos nos divertindo sem preocupações. Alguns dias se passaram e ele a convidou para dançar em sua boate e, desde então, Dalila dança lá quase todas as noites. Ela já me convidou para trabalhar lá inúmeras vezes mas não é meu tipo de dança. Não porque eu não saiba dançar o tipo de ritmo, mas pelo fato de dançar sensualizando para homens ricos, do tipo que colocam dinheiro na sua calcinha e tudo mais, sabe? - Amiga, você sabe que a qualquer hora que você quiser eu te coloco na Prysm né? - Dalila me convida, mais uma vez, pra dançar na boate. - Arrgh, esquece isso amiga, sabe que eu não conseguiria… - esbravejo. Ela sabe que não quero isso pra mim! Não é o que eu sonhei quando vim pra cá! E fora que, se meus pais descobrissem acho que seria a maior decepção da vida deles…só de pensar nisso eu me encolho no sofá. Dalila volta da cozinha (que é, literalmente, a dois passos de distância do sofá no nosso minúsculo apartamento), me entrega uma xícara de chá calmante. - Amiga, você não precisa se prostituir pra isso. Existem regras claras! Se você não permitir, ninguém pode encostar em você! Dou um gole no chá, absorvendo suas palavras… - Podemos fazer um teste! Vou conversar com o Jonh, você vai lá, dança uma noite. Você vai ver. E é só você pensar que está se apresentando! O dinheiro é bom…e ainda tem as gorjetas! Com nós duas lá você ajudaria a sua familia, faria um pé de meia e a gente ainda mudaria para um apê maior… - Sem me prostituir? - ergo uma sobrancelha imaginando que ela estaria exagerando. Enquanto isso coloco a xicara sobre a mesa de centro. - Sim, sem sexo!- ela vem pra cima de mim com uma cara sapeca e começa a me fazer cócegas na barriga - A não ser que voce queira! Começo a rir enlouquecidamente, sou muito sensível a cócegas na barriga. Volto a respirar com os olhos lacrimejados me recuperando de uma crise de risos. De repente aquela proposta me parece o certo a se fazer nesse momento. Afinal…que outra possibilidade eu teria?