Capítulo 7

- Por favor, não toque na minha esposa e minha filha! - ele fala baixo e sofrido, como se nada mais importasse, um olhar de desespero se instala.

- Eu não quero ter esse trabalho, Leonard. Só quero a verdade! QUEM ESTÁ TE PAGANDO PARA ME ROUBAR? - grito e dou um soco numa mesa de alumínio que tem próximo a mim. O barulho estridente faz ele estremecer e se encolher.

Fazer isso a muito tempo me faz ter satisfação em ver um homem como Leonard, grande, forte, com cara de indestrutível, se encolhendo como um bichinho indefeso. Um pequeno sorriso se instala nos meus lábios em vê-lo aterrorizado desse jeito. Me esforço para lembrar do Leonard que eu conheço e não o traidor que está a minha frente. Foco no seu rosto conhecido a muitos anos por mim, e isso me faz voltar à minha humanidade e não descontar a raiva de sua traição antes de saber exatamente o que está acontecendo. Talvez ele realmente não tenha culpa, mas se continuar mentindo vai ser difícil sair daqui vivo.

Ele fica em silêncio e de cabeça baixa pensando no que vai me responder. - Vamos Leonard! Não tenho a noite toda… - ando de um lado para o outro e vejo Guilhermo e Marco em um dos cantos da sala observando meus movimentos.

- Se eu falar eu quero proteção para minha filha e minha esposa. Sei que você vai me matar no final dessa conversa então me prometa que não irá fazer nada a elas! Quero 500mil dólares na conta da minha esposa pra ela sobreviver após minha morte. Eu sou o provedor da minha casa então se eu morrer hoje elas ficarão desamparadas e…

- Leonard, eu vou dar o que sua família precisa. Agora me fala pra quem diabos você está trabalhando! - digo entre dentes já perdendo a paciência.

- Eu não trabalho pra ele… - ele diz entredentes olhando para baixo. - Um dia minha filha foi sequestrada…porra, Don! Ela só tem 3 anos! - ele diz com um choro entalado na garganta, a dor estampada em seu rosto- Eles mandaram foto dela toda machucada…aqueles filhos da puta agrediram uma criança de 3 anos! Ela é tão inocente Don! - travo o maxilar e cerro os punhos. Sei o tipo de ser humano que é capaz disso…mas decido ter minha confirmação através de Leonard.

- Diga logo! Quem são eles? - falo pausadamente entre os dentes já tendo um palpite de quem seriam.

- Os Albaneses… - ele fala em um suspiro baixo como se soubesse que aquele seria seu último.

Cazzo…esses filhos da puta não desistem! A máfia albanesa é impiedosa! Já tentamos diversos meios de nós aliar para reduzir o número de mortes que já tivemos desde…sempre! Eles não aceitam ser menos do que a nossa Máfia é. Hoje temos 80% do domínio de toda droga que entra na Europa, casas noturnas, influência politica… Eles não querem se aliar, eles querem nos derrotar. O que é uma idiotice! Mas sempre que eles decidem agir eu sei que muito sangue será derramado e que essa situação com Leonard é apenas o início da minha dor de cabeça.

Dou um sinal para Marco que vem com uma faixa e enrola na parte anterior do ferimento da perna de Leonard fazendo um torniquete. Ele retira a faca com um movimento rápido e Leonard grita. Marco estanca o sangramento do seu ferimento…

- Garanta que ele tenha atendimento do nosso médico em Chicago. Quero você vivo Leonard. Guilhermo! Consiga a proteção para a família de Leonard e documentos para eles sairem do país. Quero Leonard atuando para nós na América Latina. Me aguarde te enviar novas orientações!

- Obrigado Don, prometo fazer valer a pena essa segunda chance e não te decepcionar! - ele me olha como se fosse seu salvador, apesar de eu ter feito um ferimento bem extenso em sua perna.

- E se houver uma próxima vez, me procure antes de fazer qualquer merda, ou não serei tão piedoso.

Saio sem olhar pra trás.

Preciso de uma bebida…

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