O dia amanheceu sereno, o céu tingido de tons dourados. Clara tomou os remédios que Andrew havia receitado e, pouco depois, estávamos prontos para partir. Eu dirigia, com Clara ao meu lado; atrás de nós, meus pais conversavam baixo, enquanto Alerrandro nos seguia em outro carro.

Chegamos ao hangar particular e, minutos depois, embarcamos no meu jatinho rumo a Paris. O voo durou cerca de oito horas, tranquilo e silencioso. Clara dormiu boa parte do tempo recostada em meu ombro, o rosto sereno, o cabelo ruivo caindo sobre mim. Pousamos na capital francesa por volta das cinco da tarde.

Deixei Clara no hotel junto dos meus pais — que, como sempre, logo desapareceram, provavelmente em alguma loja de luxo — e segui com Alerrandro para acertar os últimos detalhes do desfile da Maison Bianchi.

A nova coleção estava deslumbrante. Tecidos leves e translúcidos, alternando força e delicadeza; tons de marfim, dourado e vinho dominavam as peças, com bordados à mão e aplicações de cristais que captu