O dia mal havia amanhecido e eu já estava de pé. Despedi-me de Clara com um beijo breve e desci, encontrando Alerrandro já me aguardando junto ao carro.
Eu não precisava estar ali supervisionando nada — havia gente suficiente para isso —, mas como já disse uma vez, não aceito falhas nem rachaduras no meu império. A Maison Bianchi era mais do que uma marca: era o reflexo da minha história, da força do meu nome e do legado que eu pretendia deixar.
Passei o maior parte do dia mergulhado em reuniões, aprovações de coleções, ajustes de iluminação, passarelas sendo montadas, costureiras finalizando os últimos detalhes das peças. Cada tecido que caía em meus dedos trazia o peso da perfeição que eu exigia. Aquele desfile — o lançamento da nova coleção — duraria dois dias e reuniria o que havia de mais sofisticado no mundo da moda.
Entre uma decisão e outra, Clara sempre aparecia na tela do meu celular. Nossas mensagens eram pequenos refúgios no meio do caos. Bastava um “estou com saudade” par