CAPÍTULO 118

O dia amanheceu no Joá com aquele perfume salgado que só o mar sabe carregar. A casa ainda estava silenciosa quando desci as escadas; Clara dormia profundamente, o rosto sereno, entregue à calma que ela sempre teve.

— Bom dia, senhor Lorenzo. Já posso mandar servir a mesa? — perguntou Eugênia, surgindo na cozinha.

— Ainda não, Eugênia. Clara ainda dorme — respondi, seguindo para a área externa.

O sol nascia como se brotasse do próprio mar, dourando o horizonte. Caminhei pelos jardins até encontrar Sebastião ajeitando algumas roseiras.

— Bom dia, senhor. Não esperava vê-lo por aqui tão cedo — disse ele.

— Bom dia, Sebastião. Meu lugar sempre vai ser aqui — sorri — mesmo que a rotina insista em me jogar pra longe.

Segui até a piscina. A borda infinita se perdia no oceano, como se o quintal continuasse mar adentro. Tirei a camisa e mergulhei. A água fria da manhã me envolveu e levou com ela o peso dos últimos dias.

Não sei quanto tempo fiquei ali. Só percebi quando ouvi passos leves. Cla
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