Me vesti rapidamente: puxei a calça com firmeza, vesti a camisa sem pensar duas vezes, amarrei o cinto e coloquei o casaco por cima. Peguei o relógio na cômoda, coloquei no pulso e saí do quarto decidido. Eu não queria incomodar meus pais nem Graziela; os três estavam acordados na sala, conversando baixo, mas eu não tinha intenção nenhuma de parar para explicar coisa alguma.
Desci as escadas com passos certeiros, peguei a chave do carro no aparador e saí sem que eles tivessem tempo de perguntar qualquer coisa. A porta se fechou atrás de mim e o único som que rompeu o silêncio da noite foi o motor do meu carro.
Dirigi devagar, olhando as ruas como se tudo tivesse mudado desde o acidente. Não havia pregado os olhos desde então — e mesmo exausto, meu corpo não desligava.
Estacionei em frente à delegacia e entrei. O delegado já me aguardava.
— Senhor Bianchi, conseguimos pegar o homem que violou a mangueira do seu carro — disse ele, firme.
Senti o sangue ferver.
— Onde ele está? — pergunt