No telefone, várias ligações da minha mãe — provavelmente preocupada. Mandei uma mensagem rápida dizendo que estava tudo bem e voltei para o interior do hospital.
— Lorenzo, vá descansar. Qualquer novidade, por menor que seja, eu ligo pra você — disse Andrew.
Assenti, aproximei-me de Clara e beijei sua testa com um cuidado que parecia quase um pedido de perdão. Depois saí, caminhando como se cada passo custasse mais do que eu tinha para dar, e dirigi rumo à fazenda.
Quando cheguei, a casa estava mergulhada em um silêncio que doía.
O dia começava a amanhecer, mas nada ali trazia paz.
Minha chegada à fazenda sempre fora motivo de alegria; aquele lugar era meu refúgio, meu pedaço de céu no mundo, o único lugar onde a vida desacelerava. Mas agora… agora era apenas um espelho da angústia que eu carregava. Cada detalhe me lembrava Clara — a risada dela ecoando pelos corredores, o jeito dela me chamar pelo sobrenome com aquela ironia doce, os planos que fizemos sem imaginar que o destino ser