Acordei com um peso leve sobre mim e uma risada baixinha bem perto do ouvido. Ainda meio sonolenta, demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo — até sentir os cachos de Clara roçando meu rosto.
— Acorda, Serena! — ela exclamou, pulando sobre a cama, os olhos brilhando. — Vamos tomar café fora hoje!
Soltei uma risada arrastada, puxando o travesseiro para esconder o rosto.
— Café fora? Mas ainda nem é oito da manhã...
Ela riu mais alto, ignorando completamente a minha tentativa de continuar na cama.
— Vamos, vamos! O papai foi trabalhar e eu quero tomar café na rua!
Dei-me por vencida e sentei na cama, os cabelos bagunçados e a voz rouca de sono.
— Tudo bem, princesa. Mas só se a gente convidar a Lourdes pra ir com a gente.
Clara abriu um sorriso que iluminou o quarto.
— Combinado!
Ela estendeu a mão para mim, e eu aceitei o convite. O toque dela era pequeno, quente e confiante — e, por um instante, senti um tipo de paz que há muito tempo eu não experimentava.
A leve