O vapor da máquina de café preenchia o ambiente com aquele aroma quente e acolhedor que sempre me fazia pensar em casa. A cafeteria já estava mais silenciosa depois do movimento intenso da manhã. Alguns clientes ainda ocupavam as mesas próximas às janelas, com seus notebooks e olhares dispersos, mas, no geral, o ritmo tinha desacelerado. Era o momento perfeito para respirar fundo e, enfim, fazer aquela pausa merecida.
Isa veio até o balcão carregando duas xícaras fumegantes, equilibradas na bandeja como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ela se sentou à minha frente, e eu soltei um suspiro satisfeito.
— Eu precisava disso — murmurei, envolvendo os dedos na porcelana quente.
Ela sorriu, aquele sorriso calmo que sempre parecia me devolver ao eixo.
— Café salva mais que terapia às vezes.
Rimos juntas, e por alguns segundos, o silêncio entre nós foi confortável, preenchido apenas pelo tilintar das colheres mexendo o líquido escuro. Depois, Isa abriu a pasta que havia deixado sobre a