As luzes da galeria brilhavam intensas contra o céu noturno, como se quisessem anunciar ao mundo que nada — nem mesmo a destruição que quase me tirou tudo — havia sido capaz de apagar o que construímos. O tapete estendido à entrada refletia os flashes incessantes dos fotógrafos, e por um segundo senti aquela antiga pressão no peito, a ansiedade de ser observado. Mas bastou olhar para o lado e ver Giulia, de vestido claro, Serena ausente nos braços dela porque a deixamos com Isa e Miguel, para que tudo se aquietasse dentro de mim.
Ela me deu um sorriso tímido, ainda se acostumando com a atenção dos repórteres, mas segurou firme a minha mão. Eu sabia que estar ali, depois de tudo que viveu, exigia coragem. E havia um orgulho indescritível em poder apresentá-la, ao meu lado, diante de todos.
— Senhor Calahan, um minuto! — alguém gritou, e os flashes se multiplicaram. Eu parei, puxando Giulia suavemente para perto de mim, e encarei as câmeras. Ela apoiou a cabeça contra meu ombro e senti