O carro deslizou silencioso pelo centro da cidade enquanto eu observava Giulia no banco ao lado. Serena estava em seu carrinho adaptado, entre nós, dormindo profundamente com a fralda recém-trocada e o cabelo ainda desalinhado do cochilo da manhã. O coração dela batia suave e constante, mas o meu… o meu disparava a cada curva, a cada semáforo. Hoje era o dia. O dia em que finalmente iríamos encarar o homem que tentou destruir tudo que amamos.
Giulia parecia calma, mas eu sabia que por dentro ela estava nervosa. Segurei a sua mão, percebendo o aperto discreto que ela fazia, e dei um pequeno sorriso.
— Vai ficar tudo bem — sussurrei, tentando transmitir confiança. — Não precisa se preocupar em lembrar de tudo. Sua memória parcial já é uma prova de que você sofreu o que sofreu. Que esteve no perigo, que foi atingida. Isso já é importante.
Ela me lançou um olhar cheio de apreensão, e vi o medo nos seus olhos. Eu queria proteger ela de todo esse mundo, mas não podia. Só podia estar ali, ao