A casa estava silenciosa, um silêncio leve, daqueles que não pesam, mas que preenchem os espaços como se fossem acolchoados. Serena dormia no berço no canto da sala, respirando fundo, o peitinho subindo e descendo devagar, entregue ao seu próprio mundo de sonhos. Eu a tinha embalado até que seus olhos se fecharam, e agora podia observá-la de longe, sentindo meu coração transbordar.
Isa mexia em uma bandeja sobre a mesa, ajeitando xícaras e guardanapos, como sempre cuidadosa com os detalhes. Meu pai estava sentado na poltrona, jornal dobrado no colo, mas nem fingia ler. Michela, a mãe de Noah, tinha se oferecido para preparar um chá, e o cheiro suave de camomila e hortelã já começava a se espalhar pela casa, misturando-se ao perfume discreto de lavanda que Isa gostava de deixar no ambiente.
A noite parecia perfeita. O jantar ainda pesava no estômago, e todos tínhamos rido bastante durante a sobremesa. Mas eu estava inquieta, o tempo todo meu olhar se desviava para a porta. Noah havia p