O quarto estava em silêncio, mas dentro de mim tudo gritava. Eu me virei na cama pela terceira vez em poucos minutos, incapaz de fechar os olhos. A imagem do carro passando tão perto, o barulho dos pneus raspando no asfalto, o frio que percorreu minha espinha… era como se ainda estivesse presa naquele instante.
A cada piscada, revivia a sensação de perigo, como se um vulto me perseguisse.
Do outro lado do corredor, eu ouvia os murmúrios baixos de Noah e Michela, embalando Serena. O som da voz dele sempre me trouxe paz, mas agora era como se essa mesma calma me lembrasse que eu não poderia relaxar — não quando minha filha estava vulnerável.
Virei o rosto para a janela. As luzes da rua filtravam-se pela cortina fina, desenhando sombras nas paredes. Senti o coração acelerar, como se de repente aquelas sombras pudessem se mover. Respirei fundo, tentando me convencer de que era só paranoia. Mas a verdade era que meu corpo inteiro estava em estado de alerta.
Ouvi um riso suave de Michela, u