O barulho do carro ainda ecoava na minha mente. O instante em que senti o coração disparar, achando que Giulia e Serena estavam prestes a ser arrancadas de mim, não saía da minha pele como um choque constante. Eu sabia que não podia esperar a boa vontade da polícia. Não podia confiar apenas em investigações lentas, protocolos e relatórios que nunca chegam a lugar algum.
Giulia merecia paz. Serena merecia crescer sem medo. E eu… eu precisava fazer mais do que simplesmente prometer proteção. Precisava agir.
Na manhã seguinte, tomei uma decisão antes mesmo de o sol se firmar no céu. Dirigi até a sede da empresa de Miguel. O prédio imponente, de vidro espelhado e segurança reforçada, parecia refletir não só a cidade de Madrid, mas também a seriedade de quem o comandava.
Na recepção, bastou eu dar meu nome. Em segundos, já me encaminhavam para o andar de cima, sem burocracia. O peso de ser genro de Miguel — ou talvez apenas o peso de ser alguém em quem ele sabia que Giulia confiava — abria