O cheiro do molho começava a preencher o apartamento quando deixei a panela em fogo baixo e me virei para encarar a sala. Michela estava sentada no tapete com Serena no colo, e as duas riam juntas enquanto Giulia observava com um sorriso sereno, como se cada pequeno detalhe desse instante fosse precioso demais para escapar.
Aquela imagem sozinha já valia por tudo o que passamos.
Peguei três taças de vinho e servi, antes de caminhar até elas. Entreguei a primeira para Giulia, que ergueu o olhar para mim, com aquela cumplicidade que não precisava de palavras, e depois estendi a segunda para minha mãe.
— Obrigada, filho — disse Michela, ajeitando Serena no colo e segurando a taça com a outra mão.
— A gente precisa brindar por esse momento — falei, com a voz baixa mas carregada de algo que eu não lembrava de sentir fazia muito tempo: pertencimento.
As três taças se tocaram, um “tilintar” delicado ecoou, e no mesmo instante Serena bateu palminhas, como se tivesse entendido perfeitamente a