Giulia tinha adormecido no sofá da sala. Eu a vi se render ao cansaço depois de lutar com os olhos pesados durante o filme que tentamos assistir. A respiração dela estava calma, a cabeça apoiada sobre a almofada, e mesmo no meio do caos que tem sido nossas vidas, aquela cena me trouxe uma paz inesperada. Minha mãe e eu estávamos no quarto, ajeitando o berço portátil para Serena.
— Coloquei a manta aqui — minha mãe disse, esticando o tecido com cuidado. — Acho que assim ela não vai sentir frio.
Eu assenti, com Serena nos braços. Ela estava inquieta, balbuciando palavras sem sentido, as mãozinhas se mexendo em busca de algo para agarrar. Embalar minha filha no colo era como segurar um pedaço do futuro, o meu milagre pessoal, e eu ainda me pegava às vezes sem acreditar que era real.
— Ela adora quando você embala assim — minha mãe comentou, com um sorriso pequeno, mas cheio de emoção. — Parece que reconhece o coração do pai.
Olhei para ela, e por um instante vi em seus olhos tudo o que t