O aeroporto sempre me pareceu um lugar de despedidas, nunca de reencontros. Mas dessa vez, enquanto eu segurava a mão de Giulia e empurrava o carrinho de Serena com a outra, meu coração batia como se fosse a primeira vez em muito tempo que eu pudesse respirar de verdade.
Eu não via minha mãe há quase dois anos. Desde o dia em que meu pai me expulsou de casa, ela havia ficado no meio daquela guerra silenciosa entre nós. Não era justo, eu sabia. Muitas vezes quis ligar, mas o peso do orgulho, das mágoas e da distância sempre me seguraram. Agora, ver o painel marcando o voo dela como “Aterrissado” me fazia tremer por dentro.
— Ela já deve estar saindo… — falei baixo, olhando em direção às portas de desembarque.
Giulia apertou minha mão, como se soubesse o quanto minhas pernas estavam prestes a ceder.
— Ela está vindo para você, Noah. Para vocês dois. — Olhou para Serena, que brincava com os próprios dedinhos no carrinho. — Ou melhor, para nós três.
Sorri de lado, engolindo o nó na gargan