A floricultura exalava perfume doce demais para o momento. O buquê de rosas azuis ainda estava sobre o balcão da cafeteria, como um lembrete silencioso de que alguém estava brincando com os nossos medos.
— Vocês não viram nada de estranho? — minha voz soou mais firme do que eu pretendia, mas eu não conseguia controlar. Eu precisava de respostas.
As duas funcionárias se entreolharam, tensas, antes que uma delas respondesse:
— Só o entregador, doutor. Um rapaz da floricultura… deixou, assinou a entrega e foi embora. Nada fora do comum.
Olhei para Giulia. Ela estava sentada com Serena no colo, os braços tão apertados em volta da bebê que parecia ter medo de que ela fosse desaparecer de repente. O olhar de Giulia estava marejado, perdido entre o cartão e a filha, como se o simples ato de respirar tivesse se tornado doloroso.
Aproximei-me dela, abaixando para ficar à altura dos olhos.
— Giulia, a gente pode ir até essa floricultura, descobrir quem pediu o buquê.
Ela balançou a cabeça rapid