A claridade invadia o quarto devagarinho quando acordei. O sol madrileno tinha um jeito quase poético de entrar pela janela, como se insistisse em nos lembrar de que havia um novo dia lá fora, independentemente do que tivesse acontecido ontem. Me espreguicei ainda deitada e virei o rosto para o lado. Noah dormia de bruços, o braço estendido até quase encostar em mim, como se no sono tentasse me manter perto.
Um som suave, porém insistente, me fez sorrir: Serena começava a resmungar no berço. Estava acordando também, do jeito manhoso que só ela sabia, misturando choramingo e risadinhas abafadas. Me levantei e a peguei no colo, sentindo aquele cheirinho de bebê que sempre me derretia.
— Bom dia, minha pequena — murmurei, beijando sua testa.
Noah se mexeu na cama, abriu os olhos devagar e, ao me ver com Serena, sorriu sonolento. — Vocês duas conspiram contra mim. Sempre acordam antes.
— Alguém tem que puxar o ritmo da casa — brinquei, ajeitando a fralda de Serena.
Ele se levantou, bagunç