O sol da manhã entrava pela janela da sala enquanto Noah e eu carregávamos as últimas caixas com as coisas da Serena. Eu estava com o coração apertado, não pelo peso da mudança, mas pela sensação sufocante de que alguém, em algum lugar, estava nos observando. Desde o bilhete, minha mente não parava de repassar cenários, todos ruins.
Noah colocou uma caixa sobre a mesa e passou o braço pelas minhas costas, num gesto silencioso de proteção.
— Falta só mais essa e a da cozinha, certo? — ele perguntou, com aquele tom calmo que tentava disfarçar a tensão.
Assenti, engolindo a preocupação. — Sim… depois é só guardar as coisas da Serena.
Não demorou para a campainha tocar. Eu sabia quem era antes mesmo de abrir: o delegado amigo do meu pai. Um homem de estatura média, olhar firme e postura que não deixava espaço para brincadeiras.
— Giulia? — ele me cumprimentou com um aperto de mão rápido, depois estendeu a mesma para Noah. — Sou o Delegado César. Seu pai me explicou a situação. Quero dar u