A manhã seguinte chegou antes que eu realmente conseguisse descansar. Quase não dormi. Cada vez que fechava os olhos, a imagem do bilhete voltava. Aquela caligrafia apressada, as palavras ameaçadoras… e o frio que me atravessou quando percebi que não era um recado qualquer.
Giulia dormiu com Serena nos braços, o corpo encolhido como se quisesse proteger nossa filha de qualquer coisa que ousasse se aproximar. E eu fiquei ali, sentado na poltrona ao lado da cama, como se vigiar fosse suficiente para impedir que o mundo nos alcançasse.
Agora, estávamos a caminho da casa dos pais dela. Isa e Miguel tinham acabado de voltar de viagem, e Giulia achou melhor que contássemos o que aconteceu pessoalmente. O carro avançava devagar pelas ruas, e eu mantinha uma mão no volante e a outra na coxa dela, um gesto que misturava apoio e necessidade de contato.
Quando chegamos, fomos recebidos pelo sorriso largo de Isa, que já estendia os braços para a neta.
— Minha princesa! — ela exclamou, pegando Ser