A noite tinha um silêncio confortável, interrompido apenas pelos pequenos sons da cidade entrando pela varanda entreaberta. Eu estava sentada no tapete da sala, com Serena deitada sobre uma manta, batendo as perninhas e explorando o mundo com os olhos curiosos. Noah estava ajoelhado ao lado dela, com uma expressão que misturava fascínio e nervosismo.
— Ela sempre fica assim antes de dormir? — perguntou ele, com a voz baixa, como se tivesse medo de assustá-la.
— Sempre. — Respondi, observando os dedinhos dela tentando agarrar o brinquedo de pano. — É como se ela precisasse gastar as últimas energias do dia.
Ele sorriu e passou a mão pelo cabelo, os olhos fixos na filha. Era estranho vê-lo ali, tão natural naquele espaço que, até ontem, era só meu e dela.
— Parece que ela tem… muita energia. — Ele fez uma careta divertida, e Serena soltou um som que parecia quase uma risada.
Meu peito aqueceu e apertou ao mesmo tempo. Por um instante, senti como se estivesse assistindo à cena de longe,