O ateliê no terceiro andar da galeria estava envolto naquela luz suave do fim da tarde, que filtrava pelas janelas amplas e iluminava as paredes preenchidas por telas e pincéis. O cheiro denso da tinta a óleo misturava-se ao ar fresco que entrava pela janela aberta, criando uma atmosfera de calma inquieta. Eu segurava o pincel, mas meus olhos não estavam focados na tela à minha frente — estavam perdidos em pensamentos que insistiam em rodopiar na minha mente.
Giulia e Serena. Aquelas duas vidas que, de repente, haviam tomado um espaço enorme dentro do meu coração e da minha rotina. Cada lembrança me trazia uma pontada que misturava alegria e dor, esperança e medo.
Enquanto mexia as tintas para criar um tom perfeito de azul, refletia em silêncio: como eu poderia encaixar essas duas pessoas na minha vida que até então parecia tão caótica, mas também tão solitária? Era um desafio que eu não sabia se estava pronto para enfrentar.
Mas não podia mais fugir.
O urso de pelúcia que comprei naq