O ar noturno no jardim parecia mais leve do que dentro da mansão. Enquanto descíamos os degraus de pedra iluminados por pequenas lanternas, pude sentir meus ombros relaxarem pela primeira vez naquela noite. Giulia caminhava ao meu lado com passos suaves, o vestido amarelo se movendo com uma graça natural que eu não conseguia deixar de notar.
Atrás de nós, a música clássica da festa ainda flutuava, abafada pelas portas fechadas. Aqui, entre as roseiras e as magnólias, era como se o mundo se calasse para nos ouvir.
— Não esperava que tivesse um jardim tão grande — ela comentou, os olhos percorrendo o caminho ladeado de flores.
— Minha mãe adorava flores. — Respondi sem pensar, as mãos no bolso do paletó. — Ela desenhou cada detalhe desse jardim antes de morrer. Meu pai o mantém por… respeito, eu acho.
— É lindo… — disse Giulia, a voz baixa, quase em reverência. — Deve ser difícil para você.
Assenti, sentindo o nó habitual na garganta quando alguém mencionava minha mãe.
— É. E talve