Narrado por Anastácia
Ele segurou minha mão.
Mas não era um gesto de carinho.
Era posse.
Marcelo me puxou com força, me girando no próprio eixo até me fazer colidir contra o peito dele. Os olhos queimando nos meus como brasas acesas num barril de pólvora prestes a explodir.
— Você ainda é minha — ele disse, com a voz rouca, a boca tão próxima da minha que eu senti o hálito quente e amargo de vinho.
— Isso a gente vai ver. — retruquei, mesmo sabendo que a resposta já estava escrita na minha pele.
Porque por mais que meu sangue queimasse de raiva, meu corpo clamava por ele.
— Vira de costas. — ele ordenou.
Eu travei por um segundo. Ele puxou meu cabelo, inclinando minha cabeça para trás.
— Eu disse... vira.
E eu virei.
Porque mesmo sendo a rainha, eu sabia quando o rei ia tomar o trono.
O som do zíper abrindo atrás do vestido rasgou o silêncio. A seda escorregou dos meus ombros, caindo pelo meu corpo como uma promessa de guerra.
Fiquei só de salto.
E ele me empurrou contra o vidro da va