Narrado por Anastácia
Eu queria quebrar tudo.
A suíte, as flores brancas, o champanhe caro, os quadros italianos presos naquela parede de mármore… tudo. Porque nada daquilo fazia sentido quando meu peito parecia que ia explodir. A raiva fervia por baixo da minha pele, e nem o mar azul de Capri era capaz de me acalmar.
Ele estava ali, parado, com a cara de pau de quem sabia que tinha feito merda e ainda assim achava que podia consertar tudo com palavras.
— Vai ficar me olhando com essa cara de cínico, Marcelo? — cuspi, andando em direção à varanda, o salto batendo forte no chão. — Ou vai admitir logo que fodeu aquela vadia na porra da sua despedida de solteiro?
Ele respirou fundo, se aproximando devagar. Como se eu fosse um bicho selvagem prestes a atacar. E eu era mesmo.
— Foi só uma foda.
As palavras bateram em mim como uma faca no estômago.
Só. Uma. Foda.
— Então quer dizer que enquanto eu tava escolhendo o perfume certo pra nossa lua de mel, você tava metendo numa qualquer? — garga