Narrado por Gregório Hackman
A luz azulada do bunker iluminava a mesa de aço inox onde Pietro havia deixado o pacote.
A caixa ensanguentada já não estava mais ali. Foi levada para análise, junto com os fragmentos de tecido e os restos de cordão umbilical falsificado. Aquilo não era só um recado. Era uma tentativa de colapsar o emocional da minha mulher. De fazê-la desabar.
Mas ela não vai desabar.
Porque eu vou arrancar as raízes desse veneno.
— O laudo confirmou. O sangue não é humano. — disse Pietro, fechando o laptop com força. — Sangue de porco, usado com frequência nesse tipo de encenação. Mas a montagem foi feita com precisão. Alguém que conhecia bem os traumas da Ava.
— E alguém com acesso ao histórico dela. — completei, me encostando na parede. — Não foi o Kowalski. Não foi o Marcelo. Não foi o irmão fantasma.
Alonso cruzou os braços, olhos atentos ao mapa digital da cidade na tela da parede.
— Você tem um nome.
— Eu tenho, sim.
Andei até a tela, puxei o controle e digitei o n