Narrado por Bento
A neve caía fina, pintando de branco as ruas cinzentas.
O sol ainda não tinha nascido, e isso jogava a cidade numa penumbra que eu conhecia bem. O tipo de cenário perfeito pra quem quer sumir… ou pra quem quer caçar.
No rádio, a voz do Gregório soava fria:
— Todos nas posições?
Respondi seco:
— Prontos.
Aquela manhã não tinha espaço pra erros. A informação que conseguimos, fruto de rastreamento, suborno e algumas ameaças bem direcionadas, apontava que Artur Dragan estava naquele galpão industrial, e que a movimentação vista nos últimos dias não era coincidência.
Era ele.
Eu sentia.
E quando você faz o meu trabalho por tempo suficiente, aprende a confiar nos instintos.
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Eu e Gregório estávamos no SUV da frente, com mais dois homens armados. Marcelo vinha pela retaguarda, em outro carro, com a própria equipe.
O plano era simples: entrar por duas frentes, cercar e não deixar espaço para fuga.
Gregório ajeitou a pistola na cintura, o olhar fixo na estrada.
— Não gosto