Narrado por Bento
A mansão dos Hackman não era feita pra ostentar. Era feita pra intimidar.
Os portões altos, o jardim impecavelmente simétrico, os seguranças discretos — tudo parecia gritar: “Aqui não entra quem não for convidado.” E se entrar, bom… boa sorte pra sair.
Eu tinha visto muitos lugares assim. Casas de chefes de Estado, mansões de mafiosos, castelos escondidos nas montanhas da Suíça com laboratórios no subsolo. Mas o que mais me chamou atenção naquela propriedade foi o silêncio.
O tipo de silêncio que só existe onde a paz foi conquistada com sangue.
Estava na hora do jantar. Entrei pelo hall principal, onde um dos empregados me guiou até a sala. A decoração era refinada, clássica, com tons dourados e madeira escura, mas com toques pessoais: fotos de Ava sorrindo, um vaso com flores frescas, livros organizados por cor. Aquilo não era só uma casa de mafioso. Era uma casa viva.
Quando a porta da sala de jantar se abriu, a primeira coisa que vi foi ela.
Ava.
Grávida, elegante