Narrado por Gregório
A manhã amanheceu calma demais pro caos que fermentava dentro de mim.
Ava ainda dormia quando desci pro escritório com uma caneca de café preto na mão e a certeza de que alguém estava mentindo. Marcelo tinha garantido que não mandou ninguém atrás da mulher dele. E, sinceramente? Eu acreditei. Não porque ele é confiável. Mas porque ele ama aquela mulher de um jeito doentio. Isso eu vi nos olhos dele.
Só que alguém mandou aqueles mercenários. E o que me incomodava era o seguinte: não foi um ataque pra matar. Foi um aviso. Tiro de raspão. Medo. Pressão.
“Ela precisava entender que não é intocável”, foi o que um dos poloneses disse, segundo os homens de Marcelo. Isso não é trabalho de quem quer guerra. É de quem quer mandar recado.
Peguei o laptop, conectei à rede segura, acessei meus bancos de dados clandestinos e comecei a cruzar informações sobre o ataque. A munição, o tipo de fuzil, as rotas de fuga. Tudo indicava um grupo polonês que opera fora da estrutura da má