Dante
Quando Gregório me disse que queria saber até quantas vezes o Brian ia no banheiro… eu achei que era exagero.
Mas depois da primeira hora de vigilância, percebi que ele estava sendo gentil.
Esse cara não é apenas um canalha.
Ele é uma praga.
Passei três dias colado nele. Cada passo. Cada café. Cada sorrisinho ensaiado. Cada mão estendida em falsa gentileza.
Ele se move como um bom moço.
Cumprimenta os porteiros pelo nome. Paga flores em dinheiro vivo. Abre a porta do carro para mulheres com um sorriso quase convincente.
Mas é só observar com atenção… e a sujeira começa a subir pelas laterais da máscara.
Primeira parada: um prédio em Copacabana.
A mulher que abriu a porta tinha uns cinquenta e poucos. Elegante. Cheirosa. E com os olhos completamente apaixonados.
Chamei o drone. Dei zoom na sacada do quarto andar.
Vi Brian entrando.
Sorrindo.
Beijando a mão dela.
Ela colocou a mão no peito, emocionada.
E ele?
Ele só escaneava o ambiente.
Vi os olhos dele pararem sobre a bolsa dela