Dois meses haviam se passado desde o colapso do Círculo Tríplice em Valdívia.
O mundo, aparentemente, voltava a respirar — manchetes falavam em investigações encerradas, nomes poderosos caindo, fortunas congeladas. Para todos os efeitos, o império de Adriano Monteiro e a rede que ele sustentava tinham chegado ao fim.
Mas as cinzas do poder raramente desaparecem. Elas se acumulam em silêncio, esperando o vento certo para reacender o fogo.
Em um casarão isolado na região montanhosa de Genebra, o som do relógio antigo cortava o silêncio.
As paredes cobertas de retratos de homens de terno e mulheres de expressão austera contavam a história de gerações de poder e dinheiro.
No centro da sala, diante da lareira acesa, um jovem de cabelos escuros e olhar glacial observava as chamas com a calma de quem aprende a esperar.
Henri Larrieux estava morto, mas seu legado não.
O jovem girou lentamente o anel de ouro no dedo — o mesmo símbolo do círculo cortado por três linhas gravado na superfície.
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