O quarto de hospital já não cheirava apenas a remédios. Havia flores, anotações e a esperança silenciosa que Isabel e Gabriel pareciam costurar juntos a cada palavra. Ele se recuperava lentamente, e ela, embora exausta, mantinha a força.
Clara, por sua vez, passava as horas entre papéis e telefonemas, articulando com jornalistas e autoridades o que chamava de a última fase.
— Se vamos derrubar Adriano, precisamos fazer direito — dizia ela. — Não é apenas sobre ele, é sobre todos os que o encobriram.
Isabel, sentada ao lado da cama de Gabriel, segurava uma das pastas.
— Durante anos, eu acreditei que devia me esconder porque o meu nome era uma vergonha. Mas agora vejo que o nome dele é que deve ser exposto.
Gabriel sorriu, pálido ainda, mas orgulhoso.
— Então vamos escrever o final dessa história juntos.
Nos dias seguintes, o hospital tornou-se o centro de uma rede silenciosa. Clara encontrava-se com repórteres discretamente, fornecendo documentos, e um jornalista experiente de Santa A