A noite em Valdívia estava coberta por nuvens pesadas, e o silêncio da mansão Monteiro era apenas interrompido pelo som dos passos de Adriano pelos corredores. Desde a revelação da gravidez, ele não encontrava descanso. Para Elena, o anúncio significava esperança; para ele, era um peso que o arrastava ainda mais para longe da obsessão que carregava por Isabel.
Na manhã seguinte, Adriano entrou no quarto de Elena com uma expressão que parecia calma demais, ensaiada.
— Precisamos resolver isso — disse, a voz baixa e convincente. — Não pode continuar assim, Elena. Este não é o momento certo.
Ela o observou, desconfiada.
— Resolver? Do que está falando?
Ele se aproximou, tocando-lhe a mão com falsa ternura.
— Pense comigo. Você sabe que eu não posso carregar esse fardo agora. A cidade está contra mim, Isabel está em Santa Aurélia, e esse filho só vai nos amarrar em correntes que não escolhemos. Eu encontrei uma solução.
Elena sentiu um calafrio.
— Uma solução? Você… está sugerindo…
— Um h