lAlberto
O quarto de vestir do Royal Hotel, onde Alberto se preparava era amplo, elegante e absurdamente luxuoso, como se exigisse de seus ocupantes uma postura à altura. O ar cheirava a madeira polida e colônia cara, e um vitral alto permitia a entrada da luz suave da manhã nupcial.
Alberto Darius estava com a camisa aberta, os punhos abertos e o semblante fechado. O cabelo estava penteado com precisão, a gravata borboleta repousava cuidadosamente sobre a penteadeira à sua frente, e a flor de laranjeira que Samanta fez questão de escolher estava intacta, à espera de ser presa à lapela do terno.
Mas ele ainda não estava pronto, não por fora.
Atrás dele, sentado em uma poltrona estofada em veludo azul petróleo, Ticiano observava tudo com uma expressão divertida e impaciente, como alguém habituado à ira do amigo, mas ainda assim com pouca paciência para suas explosões nesse momento.
— Você vai continuar desabotoado até a cerimônia? Porque se for, eu começo a considerar seriamente me ca