Uma mulher marcada pela dor. Um homem marcado pela posse. Um amor intenso que desafia limites… Samanta Bastos é uma mulher estonteante, cheia de cicatrizes emocionais pelas perdas irreparáveis e por uma sociedade que insiste em diminui-la por sua cor, origem e classe social. Depois de ver seu mundo ruir com a traição do homem que ama, ela decide fazer o impensável: Entrar no submundo do prazer do BDSM, como a misteriosa switcher mascarada Pérola Negra. Alberto Darius é frio, calculista e acostumado a dominar tudo à sua volta; negócios, corpos e emoções. Um CEO inflexível e arrogante que nunca cede o controle a ninguém. Sua vida privada sempre foi um mistério, e poucos sabiam que ele foi um Dominador implacável no universo do BDSM. Mas tomou a decisão de desistir dessa parte de sua vida ao ver Samanta, a mulher que ocupava sua cama a mais de dois anos; sucumbir sob o peso das próprias emoções. Ele acreditava que aquele mundo tão intenso, do qual fazia parte, poderia destruí-la completamente. Mas quando Samanta, se torna a estrela mais cobiçada do universo sombrio do BDSM que ele próprio ajudou a construir, sua obsessão explode em desejo, culpa e fúria. Enquanto Samanta se vinga com classe e erotismo, através da presença de um homem que a deseja intensamente. O mesmo se torna um novo inimigo entre as sombras tecidas com mentiras e más intenções. Gabriel Avelar, o dominador que esconde segredos perpétuos e uma obsessão perigosa por sua novo paixão. Samanta Bastos. Entre cenas de dominação intensas, segredos revelados, um bebê inesperado e uma redenção improvável, Samanta e Alberto precisarão decidir. Até onde vale a pena lutar por um amor que pode tanto salvar… quanto destruir?
Ler maisFlores no Jardim da Vida A tarde escorria com reflexos amarelos e alaranjados suaves, pelo jardim como mel morno. Era um daqueles momentos que o coração reconhece como eternos, mesmo antes de terminar. Samanta se recostava na espreguiçadeira acolchoada de linho claro, uma xícara de café fumegante entre as mãos, e o olhar mergulhado na cena diante de si. No meio do gramado, seu pai, Joaquim, estava ajoelhado, com as calças arregaçadas e as mãos cobertas de terra adubada, concentrado como se cada flor ali fosse uma obra-prima em construção. Ao seu lado, Octávia, uma pequena bonequinha de vestido rosa com brilho, asas de fada costuradas em tecido cintilante e uma coroa torta de flores na cabeça, ria cheia de alegria, segurando uma muda de amor-perfeito entre os dedinhos gorduchos. — Com cuidado, minha princesa jardineira — dizia Joaquim, rindo com ela. — Assim, ó... faz um buraquinho bem fundo, coloca a mudinha com carinho e depois cobre com terra. — Como se fosse um bercinho, vov
AlbertoO silêncio do hospital era denso como neblina. Alberto caminhava pelos corredores frios com o peso do mundo nos ombros, mas o peito... o peito vibrava com algo diferente naquela manhã, esperança. Foram dias brutais desde o casamento. Dias em que o tempo se arrastou cheio de sintomas novos, medos e urgências, dias em que as alegrias se misturaram à dor, e os sorrisos à ameaça constante da perda. O momento em que Samanta havia se curvado de dor, segurando a barriga com uma expressão de desespero e fragilidade, ainda se repetia nos sonhos de Alberto como um pesadelo recorrente.Dois dias antes de completar trinta e cinco semanas, Octávia nasceu. Foi um parto longo e muito complicado, mas no fim, tudo deu certo.E mesmo antes do choro se espalhar pela sala de parto, Alberto já estava em lágrimas, sim, um homem como ele simplesmente desmontou com o choro de sua princesinha chegando ao mundo. O som do choro de sua filha invadindo o mundo, forte e vibrante, com seus dois quilos e qu
O som suave das cordas de um violino deslizava pelo ar frio da tarde como se dançasse com o vento. O jardim da casa de Samanta estava transformado em um cenário de sonho, envolto em flores brancas, cortinas leves que tremulavam com a brisa e pontos de luz dourada que pendiam em fios quase invisíveis sobre a pérgola, criando um brilho que lembrava vagalumes encantados.O aroma era uma mistura deliciosa de jasmim frescas, rosas brancas e madressilvas, despertando os sentidos e deixando o coração de Samanta ainda mais acelerado. Pétalas decoravam o caminho que ela percorria com passos firmes e emocionados, sustentada pelo braço do pai, Joaquim, que estava sério, tentando conter o choro. Ao redor, os poucos e preciosos convidados, Amélia, Ícaro, Maya, Vitório, Lucila, Laura, estavam de pé, com os olhos fixos na noiva.E lá estava ele. Alberto Darius.Parado sob a pérgola de madeira clara, adornada com ramos de oliveira e flores de cerejeira brancas, ele parecia um personagem saído de uma
Sam ajeitou o laço de seda rosa claro logo abaixo de seus seios, agora redondos e cheios, já se preparando para a maternidade. A seda francesa branca do vestido envolvia sua barriga com doçura e elegância, contornando o ventre como se a própria vida fosse um presente embrulhado com o tecido mais fino da Terra.Ela se olhou no espelho emoldurado por rosas e folhas verdes. O reflexo que viu devolveu-lhe um sorriso ternamente sereno. Dois meses atrás, ela achou que seu mundo estava desabando, e não poderia ser reconstruído facilmente. A notícia de que tinha câncer no fígado, que ainda latejava no fundo de sua consciência, quase a quebrou por completo.Quase. Mas não quebrou.A força veio do amor, o amor por sua filha, amor por Beto, que a amava com o tipo de devoção que são descritos em contos eternos. Era isso que a manteve de pé, firme e forte, enfrentando essa doença com coragem e muita determinação.E agora chegou o dia, o dia em que finalmente se entregaria ao elo mais sagrado entre
SamO calor que envolvia Samanta sob o cobertor grosso parecia ser feito mais do amor de Alberto do que das fibras do tecido. A lareira crepitava, e a televisão ainda exibia as últimas cenas do filme romântico, agora irrelevante diante do que se passava entre eles.Ela estava em seu colo, as pernas envoltas na cintura dele, o corpo entrelaçado no dele como se quisesse fundir-se à sua pele. As mãos de Alberto repousavam em sua barriga, como se o toque pudesse protegê-la de tudo.Mas por trás da serenidade dos olhos dele, havia um abismo que causava arrepios na alma dela.Sam sentia, que ele estava em conflito destrutivo.— Me fala, Beto...— ela murmurou, com um sorriso pequeno e seguro. — O que você quer tanto me contar? Não há nada que você possa me dizer que possa destruir o meu amor por você.Os olhos dele cintilaram, suas pupilas estremeceram. As palavras, ditas com doçura e confiança, ao invés de aliviar a tensão, parecia aperta-lo como uma corrente.Ele respirou fundo, apoiou a t
Um mês depois...AlbertoO cheiro de pipoca doce envolvia o ambiente com o aconchego típico dos fins de tarde preguiçosos. A lareira crepitava suavemente, lançando sombras dançantes sobre as paredes da sala de estar, e o som de uma comédia romântica antiga preenchia o fundo com trilhas leves e risadinhas sincronizadas de personagens que fingiam estar embriagados de amor.Alberto estava deitado no grosso tapete de lã da sala da casa deles, com Samanta aninhada contra o peito dele, envolta em um cobertor felpudo que cobria até os ombros. A chuva recente ainda molhava os parapeitos da varanda, e o frio do inverno escorria pelas janelas, mas ali dentro, o clima era quente e macio.Afastado do trabalho desde que teve alta, para se recuperar totalmente, ele ainda não havia voltado para a Acrópole, Sam não deixava. E ele, por mais viciado em trabalho que fosse, sabia que o trabalho poderia esperar, então concordou sem discutir.O som do batimento cardíaco dela, o cheiro dos cabelos perfumado
Último capítulo