Alberto
O silêncio do hospital era denso como neblina. Alberto caminhava pelos corredores frios com o peso do mundo nos ombros, mas o peito... o peito vibrava com algo diferente naquela manhã, esperança.
Foram dias brutais desde o casamento. Dias em que o tempo se arrastou cheio de sintomas novos, medos e urgências, dias em que as alegrias se misturaram à dor, e os sorrisos à ameaça constante da perda. O momento em que Samanta havia se curvado de dor, segurando a barriga com uma expressão de desespero e fragilidade, ainda se repetia nos sonhos de Alberto como um pesadelo recorrente.
Dois dias antes de completar trinta e cinco semanas, Octávia nasceu. Foi um parto longo e muito complicado, mas no fim, tudo deu certo.
E mesmo antes do choro se espalhar pela sala de parto, Alberto já estava em lágrimas, sim, um homem como ele simplesmente desmontou com o choro de sua princesinha chegando ao mundo. O som do choro de sua filha invadindo o mundo, forte e vibrante, com seus dois quilos e qu