Sam
O calor que envolvia Samanta sob o cobertor grosso parecia ser feito mais do amor de Alberto do que das fibras do tecido. A lareira crepitava, e a televisão ainda exibia as últimas cenas do filme romântico, agora irrelevante diante do que se passava entre eles.
Ela estava em seu colo, as pernas envoltas na cintura dele, o corpo entrelaçado no dele como se quisesse fundir-se à sua pele. As mãos de Alberto repousavam em sua barriga, como se o toque pudesse protegê-la de tudo.
Mas por trás da serenidade dos olhos dele, havia um abismo que causava arrepios na alma dela.
Sam sentia, que ele estava em conflito destrutivo.
— Me fala, Beto...— ela murmurou, com um sorriso pequeno e seguro. — O que você quer tanto me contar? Não há nada que você possa me dizer que possa destruir o meu amor por você.
Os olhos dele cintilaram, suas pupilas estremeceram. As palavras, ditas com doçura e confiança, ao invés de aliviar a tensão, parecia aperta-lo como uma corrente.
Ele respirou fundo, apoiou a t