Amélia soltou um suspiro exasperado.
- Eles vão te criticar, vão te chamar de interesseira, vão explorar sua vida humilde pra vender manchete. Mas você tem que ser mais forte que isso, porque agora, mais do que nunca, o seu nome será comentado, observado, julgado... e invejado. - Amélia sorriu de lado, estendendo a mão para segurar a de Sam. - É o seu novo mundo, Sam. E você precisa aprender a dançar conforme a música sem perder quem você é.
As funcionárias do ateliê surgiram com cabides suspensos, cintilando sob os lustres de cristal. A primeira troca foi rápida, um corte império em chiffon rompia na cintura, rodando em camadas fluidas. O segundo, um tomara‐que‐caia em renda chantilly, ostentava bordados de pérolas. Mas, quando provou o terceiro, um sereia champanhe em tafetá francês, o coração de Sam saltou.
Ela se virou para o espelho, o reflexo revelando um decote dramático, caimento justo no quadril e cauda suave que se abria atrás. O tecido era tafetá, quase pérola reluzia sob a