Sam
Samanta empurrou a cortina de veludo carmesim, revelando o grande espelho de corpo inteiro no ateliê sofisticado e suntuoso na Oscar Freire. As luzes quentes realçavam o brilho do tule e do cetim das peças que pendiam dos cabides altos.
O aroma sutil de jasmim misturava‐se ao perfume adocicado dos tecidos novos, criando uma atmosfera de luxo quase etérea. Ela tentou disfarçar o nó na garganta e se virou para Amélia, que mexia nos botões de madrepérola do seu blazer.
— Eu queria um vestido simples — resmungou Samanta, ajeitando a bainha de um modelo minimalista em crepe. — Não quero que ele gaste tanto comigo. Desde que chegamos na casa nova, tento pagar minhas próprias contas, mas ele... — Ela fez uma carranca, revirando os olhos.
Amélia sorriu, compreensiva.
— Alberto não deixa você pagar nada — concluiu a prima, dando um passo para trás para admirar o vestido. — Mas acha que ele se importa se você está brava com isso ou não? Ele só quer ver você feliz.
Samanta suspirou.
— Eu nã