Sam
A sala de espera do hospital estava fria, apesar da luz solar que atravessava as janelas de vidro fosco. Samanta sentia como se seus ossos estivessem congelando. A ansiedade, o desespero e o medo faziam com que ela se sentisse desprovida de qualquer calor.
Estava ali havia horas, sentada, imóvel, os olhos ressecados e vermelhos de tanto chorar. Vestindo um abrigo de moletom que foi a primeira coisa que Amélia encontrou para trazer para ela. O vestido de noiva encharcado do sangue de Alberto jazia em um saco preto, no canto afastado da sala de espera.
Nada poderia apagar a imagem daquela cena no estacionamento do hotel. O momento em que as portas do elevador social se abriram e ela o viu caído ali, nadando no próprio sangue, entre o concreto frio e a luz fluorescente da iluminação do subsolo.
Gritos, sirenes, o calor pegajoso do sangue em sua pele. Ela se jogou sobre o corpo dele, gritando seu nome, implorando para que ele acordasse. Mas tudo que recebeu foi o silêncio, aquele sil