Joaquim Bastos
Joaquim se sentou na velha poltrona de couro, que já conhecia o formato de suas costas. A xícara de café esfumaçava em suas mãos calejadas, aquecendo seus dedos firmes, acostumados com a enxada e o cabo da pá.
A brisa suave do interior invadia a casa pelas janelas abertas, misturando o cheiro das roseiras com o aroma de frango assado, batatas douradas e feijão com toucinho que fervia na panela de ferro sobre o fogão. Era sexta-feira. Samanta havia ligado dois dias antes, avisando que viria para o fim de semana.
Mas não viria sozinha.
Ela disse o nome com entusiasmo, como se estivesse falando de uma estrela de cinema ou de um milagre divino. Alberto Darius.
Joaquim franziu a testa ao lembrar da conversa. Tinha reconhecido o nome. O tal ricaço da cidade grande. Empresário, herdeiro, e, se os jornais estivessem certos, metido em negócios mais complicados que política de sindicato. Mas o que mais doía não era o sobrenome, era a certeza de que sua filha estava envolvida, d